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Luandino Vieira

Pseudónimo de José Vieira Mateus da Graça, usou nomes como José Graça e José Muimbu.

Nasceu em Portugal, viajou com três anos para Angola, viveu a infância e a juventude em Luanda. Com o eclodir da Guerra Colonial ingressou nas fileiras do MPLA e participou na luta armada. Foi preso em 1961, dois anos mais tarde desterrado para o Tarrafal, tendo sido libertado em 1972, sob o regime de residência fixa, passando a residir em Lisboa. Após o 25 de Abril regressou a Angola, nacionalizou-se angolano, e exerceu diversos cargos, tendo dirigido a Televisão Popular de Angola, o Departamento de Orientação Revolucionária do MPLA e o Instituto Angolano de Cinema, sendo ainda membro fundador e secretário-geral da União dos Escritores Angolanos (1985-1992).

Enquanto estava preso, em 1965, a Sociedade Portuguesa de Escritores, presidida por Jacinto do Prado Coelho, decidiu atribuir-lhe o Grande Prémio de Novela, pela sua obra Luuanda (1963), o que não foi bem aceite pelo regime.

Poeta e contista, enquadra-se na denominada “Geração da Mensagem”, surgida no final dos anos 50 como forma de promover uma literatura e cultura genuinamente angolanas. A sua obra constitui uma revolução literária pela criação de uma nova linguagem expressiva fundada na interseção da língua portuguesa com a língua quimbunda.

A sua estreia literária foi feita na revista Mensagem, da Casa dos Estudantes do Império de Lisboa, em 1950, tendo colaborado nesta revista em anos posteriores (1961-1963) e ainda em O Estudante (Luanda, 1952), Cultura (Luanda, 1957), Boletim Cultural do Huambo (Nova Lisboa, 1958), Jornal de Angola (Luanda, 1961-1963), Jornal do Congo (Carmona, 1962), Vértice (Coimbra, 1973), entre outros.

Foi galardoado com o Prémio Camões, que recusou por “motivos íntimos e pessoais”. Recebeu outros prémios.